Olá, meus queridos mãozinhas peludas! Aqui quem fala é o titio Arlequim. Sim, estou supondo o Papi seja o papi (não é, o filho é do Tonhão), a Lily seja a mami e eu, como sobro, sou o tio.
Isso não passa, porém, de convoluto ardil para me intitular como tio, visto que ser tio tem todo uma mística: é do aspecto do tio falar “e as namorada?” ou “é pavê ou é pacumê?”. Assim como é de tio o absurdo (real, como todos os absurdos) que estou prestes a vos contar.
Eis: a música Chão de Giz, de Zé Ramalho, é sobre masturbação.
“Mas como? A música é toda romântica, toca no coração!”, está gritando absolutamente ninguém nesse momento. E o titio Arlequim explica para essa plateia vazia: em dois trechos isso fica explícito, e Zé Ramalho entende absolutamente porcaria nenhuma de Freud.
Vamos começar pelo segundo tópico: segundo apurei em minhas aprofundadas leituras em fontes fidedignas (Wikipedia) de Freud, o conceito de falo não tem relação com o pipi do homem, e sim no objeto ao qual deposita seu orgulho: no meu caso, meu desenvolvido órgão de 22 centímetros (braço); no caso do Papi, o Conversas Horizontais.
Agora vamos olhar os seguintes versos: “mas não vou gozar de nós apenas um cigarro / nem vou lhe beijar, gastando assim o meu batom”. Nós temos quatro termos que remetem a sexo nessas frases, dois seriam objetos fálicos no sentido não freudiano: batom e cigarro – cilíndricos, vão à boca, tem a cabeça vermelha (em circustâncias ideais). Gozar é meio evidente, e “beijar, gastando assim o meu batom”, remete a penetração. Até aqui tudo claro, mesmo porque só eu e o Papi estamos lendo isso aqui até aqui.
Estabelecemos, então, onde estava a cabeça (sem trocadilhos) de Zé enquanto escrevia: passando batom nos lábios da moça. Mas há um SUB-PLOT que desmascara a natureza desse sofrimento: no começo da canção, Zé diz: “eu vou te jogar num pano de guardar confetes”. Pano de guardar confetes, se podemos confiar na internet (dica: não devíamos), é uma trouxa onde se descarta os pedaços de tecido que não foram usados em confecções. Zé está descartando pedaços não usados em confecções.
Agora pulemos ao fim da música: “quanto ao pano dos confetes, já passou meu Carnaval / isso explica porque o sexo é assunto popular”. “Já passou meu Carnaval” é uma analogia óbvia ao orgasmo, e, quando somada ao verso seguinte, demonstra claramente que Zé Ramalho é um mão peluda de marca maior.
Inclusive, ele pode estar acessando o Conversas agora. Zé, se você estiver por aqui, parabéns! Sua punheta embala muitos corações apaixonados!